segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Na Sagrada Saúde de Cada Dia





Tenho percebido nos vai-e-vens de minha própria experiência que existe mais sabedoria e simplicidade em nossos corpos, e nas maneiras como eles restabelecem e mantêm nossa saúde do que "sonha a nossa vã filosofia". No entanto, porque temos colocado o foco no medo e não conhecemos a estatura da emanação de nossa liberdade, criamos e estamos dentro de um sistema que defende apenas os métodos de cura mais artificiais, caros, extremamente manipulados em laboratórios, cujos efeitos colaterais prevêem e pedem novas intervenções também igualmente violentas. Acabo de receber notícia, através da minha amiga Ida, que está para acontecer em fevereiro o julgamento do Dr. Luiz Moura, médico que tem divulgado gratuitamente informações sobre a autohemoterapia. E fico pensando, aqui com meus botões, que a "medicina" tem sido exercida em todas as culturas, e sempre se achou remédios eficazes para os desequilíbrios causados em si mesmos pelos membros daqueles grupos. Até porque a doença é mais uma de nossas ilusões, espantalho sem graça em nosso quarto de brinquedos. Essa fé absoluta que hoje temos nos médicos, laboratórios e nos remédios "fortes", outros grupos tiveram (e alguns poucos, não contaminados, ainda o fazem) em seus pajés, seus curandeiros e sacerdotes, e essa certeza de que aqueles indivíduos traziam consigo intermediações e meios de cura, abria a mente, a emoção e o corpo à cura. A confiança tomava o lugar do medo, e então tudo podia ficar novamente Bem, furava-se a bolha, película, capa ilusória, e a Vida verdadeira pairava outra vez redescoberta. O aprendiz de feiticeiro, em nós, ao adentrar a Mata Virgem, deve encontrar-se com o Xamã que ele é.

Se pelo menos aceitássemos que vários caminhos levam à Roma... Vejam a acupuntura, por exemplo. O corpo não precisou ser aberto de forma exploratória para se descobrir onde fica o quê, mas os meridianos de energia e seu funcionamento interligado, uns retroalimentando os outros, foram de alguma forma compreendidos e o resultado do uso de agulhas, pressão de dedos, o uso do calor em certos pontos, enfim (não sou acupunturista, mas usuária de acupuntura), traz, apesar da estranheza que muitos sentem, um enorme e comprovado benefício na recomposição daquele sistema. Uma certa loucura sofreram os primeiros homeopatas, para provar que havia de fato remédio naqueles frasquinhos com suas "aguinhas". E Senhor, sem o caminho direto, ainda precisamos do ritual mágico e da irradiante energia consciente dessas aguinhas! Ah, semelhante cura semelhante, e provavelmente a autohemoterapia esteja totalmente inserida nesse contexto, não é mesmo? Os Florais estão dentro da mesma linha de simplicidade, que paira na compreensão de que toda entidade tem existência em campos de energia, cuja freqüência vibratória espelha a qualidade específica da informação contida em cada um deles. Neste caso, o equilíbrio está na busca da complementaridade. E tem a imposição das mãos, Reiki, passes, e outros... Novamente a intervenção ocorre nos campos de energia, que refletem a natureza da consciência da qual emanam. Isso é uma chave! A fitoterapia, perfeita, como perfeita é a natureza, e o relaxamento (biofeedback e outros), a massagem (diversos tipos e estilos, claramente relacionados ou não a correntes psicológicas e/ou filosóficas), e a troca através da conversa, que traz possibilidade de insights, auto-conhecimento, fortalecimento da aceitação, do Amor a si mesmo, ou transmite afeto, e segurança. A meditação, o AMOR, como cura, o estar no Coração, junto à Fonte, irradiando essa Integridade. A cura pode vir de toda a parte, através do bom humor, do sorriso, do olhar nos olhos, do olhar além dos olhos, do estar com amigos, ou no silêncio, na “Presença”. Para alguns estar bem, ou zen, acontece velejando, surfando, tomando banho de mar, cobrindo-se com areias monazíticas, barros medicinais, caminhando pela vida, correndo atrás de si mesmo, voando, planando, brincando, fazendo um som, ouvindo mantras, pink floyd, sertanejo universitário, samba, enquanto outros, como uma vizinha, curtem ouvir alto seus tenores italianos nos domingos de sol. Ou como a Raquel, que prefere o jazz do Café com Letras. Segundo ela, cura tudo! Deitar na rede é um santo remédio, assim como ficar no silêncio olhando a mata e as estrelas no escuro da noite. A saúde pode vir pelo método macrobiótico, probiótico, pelo jejum. Há ainda os que trabalham para sentirem-se centrados e para oferecerem o fruto de seu trabalho ao mundo. E nada como uma enxada, como uma roçadeira, nada como um scanner, como uma traduçãozinha para clarear o dia. Alguns afirmam que transar é preciso, e juram que o orgasmo traz tudo de bom. Outros acreditam que conter essa mesma energia e redirecioná-la para o Alto é o grande barato! Precisamos de algo que nos facilite soltar o desnecessário, para que sem essa carga extra possamos nos voltar em direção ao nosso centro de poder, reservatório central de identidade, à partir de onde podemos voltar a irradiar sanidade. Por que lutamos tanto contra tantas evidências simples que estão em toda parte? Tudo pode ser canal de cura, dependendo do indíviduo, de seu estágio de conexão, seu momento, daquilo que está disponível em seu ambiente e situação. Há nisso tudo, também, curas e Curas.

Acredito que isso, esse estado perturbado de coisas não dure muito mais tempo. Chegamos num ponto muito baixo da curva em sino, despencamos ladeira abaixo, e num círculo vicioso, quanto mais nosso campo fica retraído mais tornamo-nos medrosos em excesso, não ousamos ir além da cartilha social e por isso ainda precisamos do remédio pasteurizado e caro, quanto mais caro, mais cura, quanto mais machucar nosso estômago, nosso fígado, nossos rins, mais o remédio está "funcionando"! O prêço pago, evidentemente, vai além do dinheiro. Algo está chegando na borda, talvez já passando demais do limite. Essa agonia, fim de ciclo, nos levará à busca de simplicidade e paz. Por ora, para alguns, sofrer cura.

Lembrei-me neste instante do filme Avatar, pois um amigo acaba de assisti-lo e enviou-me emails tão lindos sobre o nosso tempo e a cura que está em curso em toda a parte e o “povo do céu” que está chegando (usando suas próprias palavras) que isso deixou-me mais inteira por hoje. Em “Pandora” - e Pandora não é lá, é "aqui" - experiencia-se a troca consciente de energia com tudo que há. Tudo é vivo, e vive-se com essa certeza e naturalidade. A Vida vegetal, com seu ponto focal na sagrada "árvore da vida", é belíssimo canal de equilíbrio. Os seres de diversas linhagens "conversam" e unem o potencial de seus campos para um propósito único. Há consciência desses campos e da substância que nos une e onde estamos. Há respeito e deferência pela Vida. Nisso reside a saúde. Mas se ainda pensamos nessa cura como fantasia para assistirmos no telão 3D nos fins de semana, essa atitude nos deixa enfraquecidos, desvalidos, e dependentes apenas de nossos planos de saúde, um jogo cada dia mais caro. Enquanto isso, em pleno 2010, o Dr. Luiz Moura é julgado pelo Conselho Federal de Medicina, a inquisição ainda hoje tentando esticar seus braços de polvo. Se o que está dentro está fora, hoje, sem demora, é hora de recomeçarmos a expandir nossa liberdade interna, esse contato com o Real, com nosso sonho de beleza e integridade, para que manifestemos externamente a maravilha que vivemos sempre que vamos para "lá". Pois "lá", é Aqui!

Maria Helena

Florianópolis, 24/01/2010