domingo, 23 de agosto de 2009

AS REALIDADES


Pensamos que é objetivamente certo que estivemos lá, no mesmo tempo oficial do relógio/calendário. Mas me parece que na verdade cada um de nós viveu, vive certos ângulos da realidade, como se nossa referência-base fosse proveniente de sistemas sempre levemente diferentes uns dos outros, como se enquanto eu me encontrasse acordada você muitas vezes sonhasse, e vice-versa. Então, alternamos fases, recordamos de partes diferentes da estória. Eu me pergunto a partir de qual crença você me olha. Mas com medo de perder contato com esse chão seguro do consenso, sem um querer conscientemente ciente, nós ignoramos, fingimos não perceber as diferenças de nuances, de significados, como cada eu envereda, a todo minuto, por um mar infinito de probabilidades. Assim, viemos para cá com um acordo de concordar em certos trechos, separados por muitos hiatos, muitas vias paralelas que de tempos em tempos se unem por rótulas onde nossos veículos circulam, encontram-se, trocam de via ou seguem em frente. Assim, aquilo que eu vejo nunca é cem por cento aquilo que você percebe, mesmo quando juramos que o assunto é o mesmo, que temos a mesma filosofia de vida, mesmo quando enquadrados no mesmo espaço-tempo, mesmo quando, do ponto de vista dos sentidos, nossos corpos parecem tão completamente enlaçados... E todas as explicações que você dá para as curvas da sua trajetória me parecem tão absolutamente cativantes, coerentes, verdadeiras, lindas mesmo – você faz sentido – que eu me sentiria inteiramente feliz e agradecida, confortável e em casa, caso sua versão fosse a minha. Na insegurança dessa falta de quórum, concentro-me numa integridade que nos é comum, quando plugados no fluxo desse “mar” interior onde somos germinados, cultivados: me valho do Amor, digo “Senhor, em tuas mãos eu entrego meu espírito”, e rezo Aleluia! Penso que só o Amor de fato nos une e confere a essa loucura um tom de realidade.

Então venha, querido, sobe até esse patamar, e me dá sua alma de presente por um segundo, porque ela sabe, amado, ela sabe do Único Amor!

Escolhemos vir, viemos, cá estamos, e não há nada que tenhamos deixado para trás! Nada mesmo! Há, contudo, um desdobrar! Porque parte de nós sabe das coisas, mas parte ainda está procurando. Procuramos, chegamos lá, e de novo as coisas carecem de sentido, precisamos nos afinar em mais outro ponto, e o encontramos mais adiante: já estava lá, atrás de uma das cortinas. Como tudo o mais, atrás de uma das cortinas! E novamente é lindo, mas sempre tem mais, mais belo ainda, novinho em folha, que nós, precognitivamente, meio que sabíamos que estava lá. Não que isso fosse simplesmente predestinado, porque aí a brincadeira não teria Graça alguma! Não haveria expansão da criatividade. Nenhuma brincadeira de Eureka! Surprise! Há em nós algo que insiste em imaginar, se expandir e criar, recriar este universo em tantas outras versões, porque o Ser tem infinitas moradas. E assim nunca chegaremos totalmente “lá”, a não ser naqueles sagrados momentos de silêncio-mergulhado-na-Fonte, onde quase não se respira aqui neste mundo, mas certamente Algo respira em nós! Somos esse Deus que gosta de ser sempre novo, oceano profundo nunca antes navegado, e que se amplia mais, mais e mais. Você acha, querido, que fechou a gestalt, mas abriu outras tantas. Somos esse imenso reservatório, almoxarifado, oficina, ateliê, pleno de todas as ferramentas, materiais, matéria prima e dentro disso sensitivamente aspiramos ao encontro com Aquilo-Antigo-Inédito que nos compete revelar. Cada um de nós, em nossa pequena parte, cria em alto estilo seu grande mundo, como uma variante do mesmo tema universal. Mas não há dois caminhos iguais. Esta é a beleza que tememos. No entanto, essa solidão une. Precisamos de uma ponte: o Amor é o que transcodifica.

Mas, pare, respire, olhe nos meus olhos, querido, e fique lá. E, mágica, você se reconhecerá e você me amará, você se amará, você reconhecerá a Energia! Então me abrace forte, abasteça-se e siga. O Caminho é caminhar!

Maria Helena em 21/08/2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Observador à flor da pele


Pegamos a estrada para São Pedro de Alcântara. Inconscientemente coço a mão direita, tirando a pequena casquinha do que fora uma mordida de mosquito quase cicatrizada. Uma dorzinha leve conduz-me o olhar para a mão. Uma quase-gota de sangue meio misturada com linfa aflorou lentamente do pequeníssimo furo. Sabe-se lá porque, chamou-me a atenção aquele pequenino dodói e muito mais do que ele, a maneira como é tecida a nossa corporalidade. Imaginei os tecidos úmidos por baixo da pele, e senti uma antiga estranheza da densidade daquela mão. Na mesma hora lembrei-me de viagens profundas da 'mente', e daquilo que vivem certas pessoas em ‘surto’. Em sua compulsão, cavoucam para abrir melhor a ferida, adentrando a espessa crosta, capa confinatória, atravessando as diversas camadas em busca da certeza do que é isto onde estamos, o que é, em relação ao Eu, este corpo estranho. Tinha ali diante de mim uma mão natural muito viva, pele ressecada pelo frio, por teclar muito à noite e preguiça de cremes. Veias um pouco dilatadas. E a pequena abertura com uma ameaça de sangue. Mas além de mim mesma, Algo observa meu corpo, esse lugar-base onde habito, nesta experiência-existência localizada.

Do ponto de vista dos olhos físicos, olho de cima o cachecol laranja – presente da Iamara, o grosso casaco impermeável - uma ‘campera’ comprada em Buenos Aires, à caminho de Ushuaia, calças de veludo marrom desbotado e botas sete-léguas, enquanto seguimos para o sítio.

Quem sou eu, que olho para tudo isso, para esse corpo, essas roupas em volta de mim?

Paramos em um posto de combustíveis. Carros passam na estrada enquanto abastecemos a camionete e enchemos uma bambona de diesel, encomenda do Nuno para sua Tobata.

Continuo um pouco aqui, a Maria Helena dentro do carro, e um pouco como observadora destes veículos físicos. Compreendo intimamente meus irmãos, ditos ‘surtados’, por vezes internados em uma instituição. Penso que, de certa forma, estamos todos internados nesta Terra e neste corpo. A menina bipolar e seus parentes querendo falar por ela, já que ela ‘não fala coisa com coisa’. Mas, não, não quero as informações de teus parentes, querida. Quero as tuas percepções. Lembra? Tu és o capitão de teu próprio navio. Tu tens que ser, minha amada! Veja, estamos agora aqui nesta Terra, neste corpo. No começo é dureza... Mas vai passar! Vou soprar o dodói... Vai passar! Mas tu tens que te adaptar. Tens que assumir a mestria de estar em um veículo físico, estando neste mundo sem ser deste mundo. Vem cá, me abraça, me abraça forte, sente o meu corpo, o teu corpo. Fica nele, coração! Isso passa, lembra, ‘isso também passará’!

Penso em Laing, lá atrás, nos anos de faculdade, dizendo que o sábio e o louco nadam no mesmíssimo oceano e onde um flutua o outro afunda. Penso que há estados de fato limítrofes onde é melhor ficar esperta e nadar de braçada!

Paramos o carro no meio da estrada entre o centro de São Pedro e a entrada do caminho do sítio. Mais barreiras haviam descido por todo o percurso em função das últimas chuvas. Tudo parece meio no limite. Uma retro escavadeira tira terra de um lugar e coloca em outro. Aparentemente, um caos. Fico observando. Vejo que a retro escavadeira também tem a sua ‘mão’ e que ela é comandada pelo condutor da máquina. E aquele braço mecânico aparentemente tão grande, estabanado e destruidor, transforma-se diante do novo silêncio do meu olhar. Aquele homem conduzia aquela imensa, poderosa “mão” com tanta agilidade que ela executava tanto os movimentos mais grosseiros de arrancar e derrubar, quanto os mais suaves, eu diria, delicados. Em alguns momentos cavava lugares tão de mansinho, tirando só um pouquinho, chegando a alisar com doçura certas áreas com o dorso da “mão”, como a mãe construindo um castelo de areia com o filho pequeno na beira da praia, tirando um naco aqui, apertando um pouco ali, e depois arrematando tudo com pequenas batidinhas, deixando a área em volta bem lisinha e bonita. Havia ali um perfeito equilíbrio entre o bruto e o sutil.

Sim, entendo, vejo que é preciso vestir estes corpos físicos, aparentemente densos e desengonçados, assim como vestimos um collant flexível, como uma luva perfeita, do tamanho certo, bem adaptada à nossa mão. E conduzi-los na retirada dos entulhos das velhas crenças, abrindo nossos caminhos bloqueados, aparando os barrancos das crises, pois de certa forma, estamos trazendo o Espírito Imenso para uma sessão, daparentemente muito óbvia, de trabalho manual. E ainda assim, deslizá-los com arte e gentileza, a mão leve, cuidadosa, que embala o berço na noite, acolhendo o filho; a mão que anota, traduz a visão do sonho, a certeza de outros universos, implementando-os no mundo dos homens .

Há que se enviar uma porção desses corpos para baixo, com muita determinação, para que uma espécie de raiz penetre fundo, chegue ao centro da terra a lá fique aterrada, como uma âncora. E é preciso expandi-los para cima e para os lados, como uma cruz, que bem fixa na Terra, tem a cabeça nos céus e braços abertos sem medo de abraçar o mundo!

Adapta-te! Ajusta-te! Não com um embotamento imbecil, como se não soubesses de todo o resto! Mas com sábia alegria desapegada de quem já viu e ainda verá passar muita água por debaixo da ponte. Aprende a ir e a voltar. Atravessa os mundos, explora o espaço entre eles, mas mantém-te atento, consciente, lúcido. Nós podemos qualquer coisa e este corpo não passa de uma ferramenta especializada. Use-a. Aceita este corpo e ele servirá como uma caixa de passagem, transformando, transcodificando, levando a energia até onde ela precisa e pode chegar.

A Luz do Centro tem como atravessar todos os tipos de poros. Lembra, cada átomo tem também o seu Centro que, ativado, replica a Luz conduzida e expande-a ainda mais. Respira, querida. Tu és um elo, tu és uma versão e tu és também a Fonte, neste corpo.

(Grata, Eu que me habita e que me assume, quando eu recuo, relaxo e assisto-escuto. Creio que anotei tudo, ou pelo menos a maior parte do que me veio agora, enquanto a camionete segue para São Pedro de Alcântara.)

Que SOU EU, em meio a esse conclave? Quem és TU que olhas através dos meus olhos iluminando velhos sistemas configurados? Quem és Tu, Coisa linda?! Quero ficar Contigo e Te conhecer.

Maria Helena Ferraz

A caminho de São Pedro de Alcântara, manhã de 05 de junho de 2009.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PENSANDO...


Hoje dei uma passadinha rápida no supermercado e o olhar arregalado da moça do caixa para a minha tosse seca habitual, trouxe-me de novo ao tema central dos dias de hoje: O VÍRUS! Me ocorreram ao longo do dia vários pensamentos que resolvi organizar aqui e dividir com vocês. Caso tenham paciência de ler até o final.

Penso que esses anos que vem por aí trazem um desafio louquíssimo para o ser humano tridimensional: A implantação proposital deste último vírus e a paranóia disseminada que, diga-se de passagem, é o que garante o êxito do lucro com essa experiência, foi uma estratégia tão acertada do ponto de vista daqueles que o desenvolveram, que daqui por diante será um Deus nos acuda, porque sabe-se lá o que poderá ser liberado pelas ruas, já que a população graciosamente entrega seu poder, hipnotizada, submissa e amedrontada, dando o Ok para essa “campanha” inusitada, inclusive considerando-se pessoas cultas e informadas. A propaganda e a “Ciência” ocuparam o lugar do discernimento próprio. Então, a partir de agora, com essa boa receptividade mundial, usando um economês fajuto, digamos que há mercado para novas doenças-em-parte-reais-em-parte-fantasmas!

Sábado à noite fomos à colação de grau da minha norinha Paula, no Clube XII. O ar condicionado foi ligado ao extremo, de modo que soprava um vento frio tão forte que chegava a movimentar meus cabelos. Sabem como é, ambiente fechado, um monte de gente e vírus é mistura que não dá boa coisa, então, o ar tem que circular. As mãos já devidamente lambuzadas de álcool-gel logo na entrada: a bela e sorridente recepcionista “politicamente correta” garantiu que todos ficassem “protegidos” e recebessem um papel com as instruções de contágio, sabem como é, nosso cérebro decora rápido e faz tudo direitinho depois. Não pude deixar de pensar em como sobrevivemos até hoje às gripes anteriores, posto que não dizem, mas agem como se fôssemos seres indefesos, vazados, permeáveis, campo fértil para o desenvolvimento de todo tipo de “bichos” invasores, sobre os quais naturalmente perderemos o controle, e seremos tomados, infestados, pesteados, e finalmente morreremos assim, sem mais nem menos, de uma hora para outra, nós que borramos de medo de morrer, mesmo com aquela capa bonita de espiritualistas, reincarnacionistas e uscambáu a quatro! E depois, com aquele clima antártico dentro do clube, quem sabe não estaríamos sujeitos aos males “menores”, como uma gripe comum mesmo, cuja taxa de mortalidade é considerada bem maior, ou a um belo torcicolo, em função do “vento perverso” entrando de revesgueio em nossos pescoços, vampirizando nossos corpos encolhidos!

Nós criamos nossa realidade, individual e grupalmente. Senhor, o que estamos criando?!

Como criamos nossa realidade? Através do tipo de pensamento que predomina em nossa cabeça no rame rame do dia a dia. Não é aquela coisinha maravilhosa e cor de rosa que sonhamos um dia ser, que até sabemos que precisamos desenvolver e que acabamos colocando de fachada pra inglês ver. É aquilo que está lá, no segredo de nossas cabeças, remoendo para frente e para trás. Como diz aquele carinha, pensamentos materializam-se, escolha os melhores! Esses pensamentos mais comuns e mais persistentes quando embalados por emoções fortes, sofrem um impulso, ficam poderosos, chamam outros pensamentos semelhantes, começamos a nos lembrar de vários outros episódios similares, as coisas vão se aglutinando umas às outras, umas vão justificando, reafirmando, validando as outras, até se transformarem em sólidas crenças. A emoção mais especial de todas para criar crenças negativas poderosas e duradouras é o MEDO! Faça o fulaninho ter medo e ele estará de joelhos, na tua mão! Basta olhar em torno e o que vemos hoje, agora, é a vibração do medo se espalhando.

Mas por que chegamos a esse ponto de ter tanto medo assim? Porque quando concordamos em vir para a Terra fazer esta experiência que, entre tantas outras coisas “também” é física, concordamos que haveria em nós uma entidade de nome “ego” que serviria de intermediária nas lidas com o plano físico, tipo um administrador do condomínio. O ego permite que a gente se torne um eu separado, diferente do nosso vizinho. Nossa entidade total corresponde a todo esse condomínio que o ego visa administrar, o próprio ego em si, e mais áreas e benfeitorias adjacentes que escapam a vista à olho nú. Esse conjunto tem um núcleo central, agregador, que mantém e emite a energia necessária para que o condomínio tenha êxito. Esse núcleo é uma espécie de coração, uma fonte cuja natureza é feita de uma mistura de PODER, AMOR, SABEDORIA e CRIATIVIDADE, que conhece o script que cada um de nós como personagem vai desenvolver e ao mesmo tempo conhece a SI MESMA. Esse núcleo central é o chamado Eu Superior. Ego, é o nome do síndico, do “cara” que cuida de negociar as coisas no tempo e no espaço, de preferência orientado pelo Eu Superior. Mas o ego, com o tempo, foi se adonando do pedaço. Alguém disse que é como se o dono da casa tivesse feito uma viagem muito longa e o mordomo começou a se acostumar a dar as ordens, virou um feitor de escravos, comandando a torto e a direito a criadagem! Meteu-se até a cabeça na tridimensionalidade e agora sente o maior arrepio ao pensar que possa haver algo mais abrangente do que ele, “lá dentro”. Tem medo de perder o comando, de ser absorvido ou dissolvido no Eu Maior. Tem medo e compete com os vizinhos dos quais se diferenciou, tentando manter-se no controle. Claro, o Ego é inteligente! Com “o tempo” ele se dá conta, torna-se consciente de outros conteúdos e entrega os pontos, mas bota tempo nisso! Acontece que, enquanto isso, quando nos mantemos longe dessa fonte, desse gerador, desse núcleo, longe de Deus, Alma, Espírito, O Criador - o nome que você achar mais simpático - não temos poder algum, não temos visão, vivemos daquilo que o cérebro acumulou, classificou como experiência e de algumas associações lógicas feitas a partir daí, um monte de crendices sem pé nem cabeça, sujeitas, em sua grande maioria, à moda da época, por falta de referenciais maiores. Fazemos um monte de afirmações sobre A VERDADE na busca de segurança e de alguma sanidade, e nem nos damos conta que estamos apenas falando de uma mera versão da realidade que hoje conseguimos enxergar, e que, na verdade, poderemos vir a descartar daqui a pouco, como já fizemos com quase tudo que já nos foi caro!

Sem contato com A FONTE, temos a maior sensação de fragilidade quando as coisas apertam! Como fantoches esquecidos num canto, precisamos DAQUELAS MÃOS que nos imprimem sentido, graça, energia, e movimento. E facilmente entregamos nosso poder a outro tipo de mãos, manipuladoras, na falta das originais. Então, vem a estória do vírus. É um tal de rezar e pedir socorro pra Deus, pra algo poderoso que vive 'lá fora', e que nós já nem sabemos se ouvirá, se virá! E como pressentimos a desconexão, revivemos histórias de pecado e culpa: fizemos novamente algo errado e não somos de certo merecedores. Queremos algo que nos salve! Mas o louco nisso tudo é que nós já nascemos salvos! Nós não somos seres humanos que também, por acaso, têm um Deus lá no fundo, escondido em algum subterrâneo complicado. Somos Deus, Fonte, Eu superior, o nome que você quiser, por favor, que está vestindo esse corpo neste momento, corpo, aliás, que em essência é incorruptível, “fabricado” pelo próprio “dono” com a mais perfeita mestria, sem qualquer defeito ou engano, feito da mesma substância, mesmo material de que ELE próprio é constituído. Nisso reside nossa inviolabilidade!

Nisso reside nossa inviolabilidade, na silenciosa união com a Fonte. Através dessa união, compartilhamos a mesma visão, o mesmo conhecimento, a mesma sabedoria, o mesmo poder, a mesma criatividade, o mesmo amor desse EU PROFUNDO. Nós até gostamos do slogan, dizemos bem na ponta da língua que 'Deus e eu somos Um'. Só que, na prática, temos nos identificado com o ego, tomamos o síndico como amante, nos dissociamos da Fonte, nos tornamos lineares e práticos, cheios de regrinhas absurdas de certos e errados, pecados, raiva, culpa e medo. Muito metidos à besta, falamos direto abobrinhas, julgamos tudo e todos , acreditamos na ciência acima de tudo (eu falei ciência com letra minúscula) e entregamos às 'autoridades' nosso poder, pois já não mantemos contato com a autoridade em nós mesmos. Se vivenciássemos por um segundo a União com Aquilo Que Nos Anima e segurássemos o estado alcançado, se tocássemos e sustentássemos essa energia por algum 'tempo', estaríamos blindados, invioláveis, sintonizados em uma freqüência que por ressonância não teria como albergar disparates dessa categoria! Mas, estamos fazendo essa experiência cega, não é mesmo?

É uma experiência cega. Vou parar de usar um pouco a palavra Deus senão vão me chamar de carola! Vou falar de neurociência, porque daí, dou um “time” (tempo, em inglês, viu gente?!), dou uma volta, mas não tem importância, não perco o fio, e acabo até ficando mais chique. Por falar nisso, vale lembrar que os tomógrafos hoje já registram um ponto no cérebro que se acende quando experimentamos estados meditativos de devoção, contemplação e fé, não importando se o “objeto” daquela devoção é Buda, Jesus, Krishna, Santa Terezinha, o EU, a Fonte, a Alma, Alá, Yaveh, enfim, só importa o estado de conexão.

Em estudos atuais, cientistas chegaram à conclusão que o Hipocampo, região do cérebro que parece ser da maior importância para a memória, parece também estar associado com a imaginação. Para criar uma antecipação do futuro, o imaginador rememora fatos semelhantes vivenciados por ele no passado, relatos de amigos, parentes, livros, filmes, busca a tonalidade emocional mais adequada e, a partir de alguns fatos, novos dados oferecidos e partes dessas lembranças, antecipa a criação de uma situação futura. Nesse momento, observando-se com tomógrafo, o hipocampo parece se comportar de forma muito semelhante quando se trata meramente de relembrar um fato acontecido, e quando estamos criando, imaginando, antecipando de uma situação futura. A imaginação, à princípio, parte sempre da memória de alguns dados reconhecíveis, familiares, em cima dos quais se acrescenta, se desenvolve, se constrói outros encaminhamentos recheados de emoções.

No caso dessa gripe, todos os meios de comunicação tem divulgado sistematicamente informações vagas de sintomas que todas as pessoas encarnadas podem associar a algo que elas já experienciaram em seu passado ou no passado de familiares e amigos. As notícias são contraditórias, tipo, a gripe apresenta baixa mortalidade, a população deve se manter tranqüila, mas todos devem se desinfetar várias vezes ao dia, sempre após tocar em corrimãos e maçanetas de portas, as escolas fecham as portas, bares, restaurantes, igrejas e todos os locais fechados onde pessoas são reunidas passam a ser controlados por autoridades sanitárias. Pessoas usam máscaras em aeroportos e ambulatórios, todos os meios de comunicação fazem boletins sobre a contagem dos infectados e mortos em cada estado do país, em todos os países. Nada foi divulgado desta forma, antes, sobre quaisquer doenças que costumeira e comprovadamente matam aos montes em toda parte e nunca se tomou esse tipo de providências radicais. Os sintomas são confusos, diagnósticos demorados e os chamados grupos de risco, cambiantes. As mulheres grávidas passam a ser consideradas grupo de risco e os escritórios preferem que elas não compareçam ao trabalho e se mantenham em casa para evitar o contágio, e possível morte da mãe e do feto. Toda mulher grávida que por ventura morre tem o corpo avaliado para descobrirem se a morte foi causada pelo vírus. As mulheres estão todas estarrecidas, inclusive muitos profissionais da saúde também, pois os meios de comunicação passam a divulgar que mulheres grávidas tem sistema imunológico extremamente frágil, quando sempre se soube que a gravidez é um momento de grande vitalidade e proteção, pois da manutenção da gravidez depende a continuidade da espécie, e se as fêmeas fossem assim tão suscetíveis como agora se passa a afirmar, a humanidade seria dizimada com muita facilidade, coisa que o excesso populacional atual contraria, inclusive em países 'avaliados' como miseráveis.

Dizíamos que os sintomas da gripe divulgados são todos extremamente comuns, aplicando-se a inúmeras formas de doenças e mal estares amplamente conhecidos de todos. Assim sendo, em função da propaganda, quando uma pessoa começa a sentir algo semelhante, incitado pelo medo do desconhecido, medo esse magistralmente manipulado pelos meios de comunicação que insistem em afirmar que, ao menor sintoma, as pessoas devem correr e buscar ajuda imediata, embora vejam, essa gripe seja de baixíssima mortalidade, seu cérebro começa a estabelecer relação entre esses dados com estados já vivenciados anteriormente, tece o ambiente desvitalizado da falta, os fios necessários para o estabelecimento da doença, antecipando o futuro, na verdade forjando-o ao imaginar o pior. Sabe-se, quando se estuda psicoimunologia, que estados de paranóia, medo e pânico não favorecem a uma boa saúde imunológica. A positividade e a confiança aliadas a práticas simples e saudáveis mantém o indivíduo mais apto a lidar com possíveis epidemias.

Vejam, nossa inviolabilidade está associada a uma freqüência vibratória que tem como característica visível a paz, a tranquilidade, a confiança positiva, a alegria de estarmos vivos nesta linda Terra. Nada nos persegue, somos todos irmãos. A vida materializada é toda proveniente de uma mesma fonte criadora, imaculada e sã. Esse estado de espírito é conseguido através do contato com nosso centro, nossa alma, nossa fonte de vitalidade e poder. Não estamos separados desse núcleo, precisamos de fato reassumir essa ligação. Quando isso se dá, quando mantemos um foco estável nesse centro consciente e somos por ele permeados, o tipo de pensamentos/sentimentos predominantes em nossas cabeças, em nosso “campo”, é construtivo, afirmativo, amoroso, saudável e inclusivo. A vida plasmada a partir de tais pensamentos/sentimentos tem natureza semelhante aos pensamentos/sentimentos que lhe deram origem.

Quando tomamos consciência de que esse vírus foi introduzido de maneira duvidosa, visando lucro, inclusive cujo medicamento único proposto e comprado avidamente pelos governos de todas as nações está associado a uma figura política também igualmente duvidosa, temos tendência a reagir contra o uso desse medicamento “oficial”. Então passamos a usar a internet divulgando vídeos de médicos de várias nacionalidades delatando os conluios e sincronicidades sinistras, divulgamos na rede remédios caseiros, homeopáticos, fitoterápicos, ortomoleculares, psicológicos, espirituais, enfim, continuamos a vibrar o assunto gripe, mantendo o foco na doença e não na saúde, criando ainda mais movimento pró-vírus dentro de nós mesmos e em nossos grupos. Continua a predominar em nós o mesmo pensamento/sentimento de que temos que nos defender do inimigo maléfico, de que somos frágeis, infectáveis, de que estamos, enfim, desconectados da FONTE. Só que agora o medo está travestido, escondido por trás de rótulos que apreciamos, tais como, homeopático, fitoterápico, orgânico, saudável, ecológico, caseiro, receita da vovó... Não saímos do mesmo ponto, percebem? O medo continua lá! E portanto, continuamos a criar mais situações amedrontadoras das quais teremos que nos proteger com tamiflus da vida ou alternativos/complementares! Nós criamos em nossas vidas o que predomina em nosso campo. Se predomina a crença em nossa desproteção e fragilidade, nos sentiremos cada vez mais contamináveis e estaremos sujeitos à tudo.

Estou aqui nesta Terra, nesta experiência, que nem vocês. Tenho tentado me observar e observar o meio. Pensei que seria positivo compartilhar esses pensamentos e quem sabe vamos desmanchando esse muro que nos separa de nós mesmos, de nosso Real Ser.

Beijo,
Maria Helena